
Em abril de 2021, o município de São Paulo anunciou o projeto Sampa Circular, indicando seu compromisso com a transição para a economia circular. Como parte do projeto, São Paulo se tornou a primeira cidade do mundo a ocupar a posição de parceira estratégica da fundação Ellen Macarthur – sendo acompanhada de Nova York e Londres nos meses seguintes. Nós ficamos curiosas em entender melhor o que seria esse projeto e quais seriam as ações práticas sendo tomadas por São Paulo na temática de economia circular.
A relação entre a Prefeitura de São Paulo e a economia circular transparece em diversos projetos, iniciativas, legislações e eventos promovidos recentemente na cidade. O município tem se envolvido em diversas ações ambientais como a assinatura do Compromisso Global por uma Nova Economia do Plástico em 2019 e a participação na Iniciativa de Alimentos no mesmo ano.
Já a Fundação Ellen MacArthur trabalha na transição para um futuro circular a partir de uma ampla rede global de empresas, governos e instituições acadêmicas. O anúncio da parceria destaca o papel importante das cidades na transição circular, além de colocar o Brasil e a América Latina no centro das discussões internacionais sobre economia circular. Mas a notícia da parceria estratégica significa grandes avanços para a colaboração, uma vez que busca implementar a economia circular em grande escala de forma sistêmica e colaborativa, aplicada à realidade brasileira.
Compromissos assinados: plástico e alimentos
Em 2019, São Paulo foi uma das cidades a assinar o Compromisso Global por uma Nova Economia do Plástico, lançado na conferência Our Ocean em Bali, na Indonésia. O foco é unir empresas e governos para trabalhar uma nova visão para a economia do plástico em três frentes: eliminar produtos plásticos desnecessários, inovar para garantir o reuso e reciclabilidade do material e circular o plástico em sistemas industriais fechados. No começo deste ano, passou a valer também a lei municipal que proíbe a distribuição de utensílios plásticos de uso único nos estabelecimentos comerciais da cidade de São Paulo.
Depois da publicação do relatório Cidades e Economia Circular dos Alimentos pela Fundação Ellen MacArthur em 2019, São Paulo passou a compor a Iniciativa de Alimentos na posição de Cidade Emblemática, ao lado de Londres e Nova York. O objetivo da iniciativa é trazer uma mudança sistêmica, circular e regenerativa no setor dos alimentos em grande escala, criando uma rede de colaboração entre a prefeitura, os produtores e as empresas locais. Os eixos principais do projeto são a produção local e regenerativa, a eliminação do desperdício de alimentos e a comercialização de produtos saudáveis.
Retomando o pós pandemia
Outro passo importante para São Paulo foi a assinatura em junho de 2020 de uma declaração a favor da transição circular no cenário pós pandemia. O acordo enxerga a economia circular como um caminho para o desenvolvimento econômico e o combate às mudanças climáticas, envolvendo diversas agências e secretarias da cidade. Você pode conferir essa relação entre economia circular e o pós pandemia no post que escrevemos no começo do ano explicando um pouco sobre essa importância da visão circular, resiliente e positiva de futuro para a superação da crise do COVID-19.
Você também pode participar desse movimento!
Em setembro deste ano, a Prefeitura de São Paulo anunciou a realização do evento Virada pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ou Virada ODS) em 2022. Durante o final de semana de 8 a 10 de julho, São Paulo vai contar com uma programação extensa de atividades culturais e educacionais espalhadas por toda a cidade. O objetivo da Virada é popularizar a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável e promover a construção coletiva de um futuro mais verde e circular. Com o evento, a Prefeitura busca atrair parcerias, implementar projetos e incentivar a participação dos cidadãos e empreendedores no grande movimento da Agenda 2030.
A Ideia Circular conversou com os membros da Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo: Malu Molina (Conselheira pública e Assessora especial em inovação, tecnologia e sustentabilidade), Giulia Santi (Assessora de Assuntos Internacionais Multilaterais e Redes de Cidades) e Lucas dos Santos (Assessor da equipe de Assuntos Internacionais Multilaterais e Redes de Cidades), para entender mais sobre as ações concretas e agenda municipal previstas para implementar a economia circular na cidade, o que são esses compromissos firmados e o cenário implementação da economia circular para a realidade brasileira pós pandemia do COVID-19. Além disso, eles contam como pessoas e empresas podem participar dessas ações circulares.
A gente dividiu a entrevista em cinco partes:
Iniciativas e planos para a economia circular
Na primeira parte, a Malu, a Giulia e o Lucas compartilham com a gente as principais ações, projetos e programas de economia circular previstos para a cidade, sua articulação com as agendas municipais já existentes e o panorama de colaboração entre a Prefeitura de São Paulo e a Fundação Ellen MacArthur.
Rede circular
No segundo vídeo, eles contam um pouco sobre os atores que compõem a rede circular de colaboração e inovação das iniciativas para a economia circular promovidas pela prefeitura.
Economia circular no contexto brasileiro
No terceiro vídeo, eles explicam como a abordagem sobre economia circular se adapta ao nosso contexto brasileiro, como a parceria pode auxiliar na transição circular nacional pós pandemia do COVID-19 e se tornar um “farol” para o desenvolvimento da região.
Divulgação e participação nas iniciativas
No quarto vídeo, eles contam como as diversas iniciativas da cidade vão ser divulgadas e comunicadas para a população geral, explicando também como os habitantes, empreendedores e servidores podem se engajar nos novos projetos e eventos para transformar as diferentes comunidades da cidade.
Cenário pós pandemia
Por fim, eles compartilham com a gente como eles imaginam a reestruturação da cidade no pós pandemia e o potencial da economia circular na recuperação econômica e no combate às mudanças climáticas.
Todas essas ações realizadas em São Paulo nos últimos anos mostram como a transição circular em grande escala é possível e necessária. Os diversos programas da Prefeitura para um futuro mais sustentável, como a Agenda 2030, o Plano de Ação Climática, a parceria com a Fundação Ellen Macarthur, além do planejamento estratégico para a próxima década, demonstram como o tema tem sido destacado nas pautas institucionais.
Esses projetos têm como linha de ação principal a economia circular, que é vista como uma ótima oportunidade de trazer inovação, re-pensar a forma de como fazemos as coisas, incluir diferentes atores, além de liderar e inspirar outras mudanças sistêmicas importantes no país e na América Latina.
Estamos acompanhando de perto e torcendo para que todos esses planos e projetos saiam do papel o quanto antes e que São Paulo se torne uma cidade mais saudável, criativa, inclusiva e circular!
Se preferir ler ao invés de assistir, seguem abaixo as transcrições da entrevista. Depois de assistir ou ler, conta pra gente o que você achou nos comentários?
Entrevista com Malu Molina, Giulia Santi e Lucas dos Santos (Prefeitura de São Paulo)
Léa: Eu sou a Léa da Ideia Circular. Eu vou entrevistar agora o pessoal da Secretaria das Relações Internacionais, da Prefeitura Municipal de São Paulo. Eles estão com o projeto de implementar a Economia Circular, então a gente vai entender um pouco melhor o que é esse projeto, quais são os planos e como que eles estão vendo essa ideia de São Paulo Circular.
Então falando sobre essa parceria estratégica da Fundação: pra quem não sabe o município de São Paulo divulgou uma parceria estratégica com a Fundação Ellen MacArthur, que é uma fundação que acelera a transição para Economia Circular. Mas a gente tá muito curioso pra entender o que é essa parceria, em termos mais práticos pro município e em especial, quais são os objetivos dessa parceria.
Lucas: A nossa relação com a Fundação Ellen MacArthur começou em 2019, com a questão da iniciativa de alimentos, o compromisso da nova economia do plástico. E em 2020, nós fomos convidados a nos tornar uma cidade parceira estratégica da fundação ao lado de Londres e de Nova York. Mas o que significa se tornar um parceiro estratégico?
Como parceiro estratégico, a gente entra em conjunto com a fundação para elaborar um plano de engajamento estratégico em Economia Circular. Esse plano busca, a partir de uma compreensão mais ampla das necessidades da cidade, implementar soluções de economia circular. Então, com os objetivos práticos de: capacitar os servidores na Economia Circular, desenvolver alguns projetos. São dois projetos especificamente: um mais ligado a uma área têxtil, outro mais ligado a Economia Circular em algum bairro da cidade… a gente construir uma biblioteca virtual com cases de São Paulo e Economia Circular, enfim, fazer e estimular a transição para uma Economia Circular em conjunto com a Prefeitura de São Paulo.
Léa: Legal. Você poderia explicar um pouco mais esses projetos de alimentos e do plástico que você comentou? Como é que está? Quais são os principais pontos desse projeto?
Lucas: Como eu falei anteriormente, a gente começou esse relacionamento com a assinatura de São Paulo, com o compromisso da Nova Economia do Plástico. O que esse compromisso? Esse compromisso foi promovido pela Fundação Ellen MacArthur em conjunto com o programa das Nações Unidas com o Meio Ambiente, que é o PNUMA (em inglês a sigla dele é UNEP). E ele é um compromisso tanto para governos nacionais, locais e regionais, quanto para empresas, organizações da sociedade civil, organizações do terceiro setor. Ele busca estimular cidades a assumirem compromisso para reduzir o uso do plástico.
O que a gente teve de desdobramento aqui em São Paulo depois da assinatura desse compromisso? A gente teve principalmente um esforço de legislação, a gente teve a lei do canudinho, que proibiu o uso de canudos plásticos na cidade. a lei do plástico de uso único, que proibiu também a utilização desses plásticos que são jogados fora e só faz uma única utilização, em ambientes como hotéis, restaurantes e bares.
E também a gente teve a Lei de Licitações Sustentáveis, que é uma lei que busca implementar requisitos de sustentabilidade nas compras públicas e nas licitações que a cidade vai fazer, abrir para candidaturas.
Na questão da iniciativa de alimentos, a gente teve principalmente o projeto Ligue os Pontos, que foi um projeto de Economia Circular, mas num sentido de uma agricultura sustentável, onde foram feitas parcerias com agricultores urbanos na cidade de São Paulo. Na região de Parelheiros e essa produção agrícola era comprada pela prefeitura para ser destinada às merendas escolares. Então era uma forma do município estimular a Economia Circular e também aproveitar e causar desenvolvimento, estimular o desenvolvimento numa área da cidade que é extremamente periférica, com pouco desenvolvimento e que precisa muito de iniciativas inovadoras que gerem uma nova esperança de desenvolvimento naquela região.
Malu: Acho que vale talvez fazer um comentário, Léa, como você trouxe essa nossa parceria com a Ellen MacArthur. Tem um programa que a gente está começando a desenvolver agora, mas que eu acho muito legal compartilhar com vocês. E desde já também convidá-los para colaboração.
A gente tem um entendimento aqui na Secretaria de que a gente só vai conseguir atingir metas tão ambiciosas, num determinado tempo que a gente previu, quando as pessoas estiverem engajadas, a população estiver consciente também trabalhando junto com o governo, né? Entende-se como população tanto sociedade civil, quanto empresas, todo mundo mesmo junto nessa. Não adianta só a prefeitura, enfim, se reunir com um conjunto de entidades e criar alguma grande transformação tão disruptiva como essa, de cima pra baixo. Então é uma preocupação muito grande para nós e nesse sentido parabenizo o trabalho da Ideia Circular e convido pra somar com a gente nessa empreitada, nessa jornada.
O projeto que eu queria comentar, com a Ellen MacArthur que a gente tá desenvolvendo agora nessa semana, é o Make Fashion Circular. A gente sabe que a indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo, digamos assim. E infelizmente a gente ainda não tem, tanto de um lado, legislação, mas também boas práticas nas principais confecções.
Então infelizmente a gente sabe que muita roupa, quando não vende ou quando sobra é queimada… então a gente tem um longo processo nesse sentido, e a gente tem bairros como o Bom Retiro, o Brás, que têm um potencial gigante para puxar essa transformação tanto no Brasil, como na América Latina. Então isso é algo que a gente está inclusive desenvolvendo com a Ellen MacArthur e também com o São Paulo Fashion Week.
A gente sabe que enquanto prefeitura, enfim, enquanto ativistas dessa causa a gente tem poder para fazer transformação. E a gente acha que a indústria da moda pode sim puxar e dar o exemplo nesse sentido.
Léa: a indústria têxtil aqui em São Paulo é fortíssima e eu vejo que também tem outros movimentos do pessoal da moda. Tem a Fashion Revolution que é bem interessante, a gente já participou várias vezes de eventos com eles e eles têm se preocupado bastante. E acho que seria incrível ter um projeto mais aprofundado com essa ideia de circularidade e tal. Você passa no Bom Retiro no final do dia é aquela…é muito resíduo, né? Que você sabe que aquilo vai acabar indo para algum lugar. Você também não sabe se esses resíduos são tóxicos, acaba chovendo…
Então acho que é urgente mesmo e seria um exemplo muito interessante aqui para a América Latina como um todo. Inclusive a gente tem várias pessoas da nossa rede que trabalham com moda. Eu acho que seria incrível se a gente puder participar de alguma forma sim. E outros projetos, tem além desses setores do alimento, o plástico, o têxtil… eu sou da área da construção civil e fico curiosa de saber se vocês estão também nesse setor, se tem algum projeto com isso, se tem em outras áreas ou se por enquanto esse é o começo… e se tem planos de ir para outras áreas, ou metas de atender 100% por exemplo, do fechamento do uso de resíduos.
Malu: Tem um projeto das prioridades da Ellen MacArthur, que nós enquanto secretaria, a gente não chegou a desenvolver algo como esse exemplo que eu dei, mas estamos estudando, digamos assim. Porque tem tudo a ver com uma agenda recente que a Prefeitura de São Paulo lançou, que é o programa (você que é arquiteta) de retrofit né, de incentivo à retrofit nas regiões centrais da cidade de São Paulo.
E eu acho que esse é um tema extremamente importante, que ainda não tá tão colocado com a devida importância no debate público, que é o seguinte: se a gente não tiver 90% da população global vivendo em cidades densas (traduzindo cidade densa: aquelas cidades que a gente tem o maior número de pessoas morando por km² e por infraestrutura). Naquele conceito que é mais difundido de “cidade de quinze minutos”, em que prioriza como o principal meio de transporte o andar à pé, digamos assim, traduzindo né, o melhor transporte é aquele que você não precisa de um meio, que você pode ir lá, seja andando ou seja de bike.
Então, São Paulo é uma cidade densa, mas não tanto quanto ela poderia ser. Então, nesse sentido, eu sei que é uma prioridade para a Fundação . Nós, enquanto secretaria de relações internacionais, ainda estamos estudando como podemos incentivar e acelerar essa agenda, mas a Prefeitura de São Paulo tem isso como prioritário e acho que é um grande avanço o programa Requalifica Centro nesse sentido. Que a gente sabe que nós não temos uma cultura aqui em São Paulo, a cultura do retrofit, de construir no construído, que enfim…além de ter toda uma questão quando a gente olha pro centro de São Paulo, de preservação do patrimônio histórico, também tem uma questão de sustentabilidade.
Infelizmente hoje a gente vê muitas coisas indo pro chão e todo aquele recurso, começando obra do zero, sendo que a gente poderia aproveitar e usar isso muito mais. Então, de um lado da prefeitura, têm se incentivado isso, têm se discutido isso, tem toda questão agora do plano diretor, que também está olhando para essa agenda.
E a ideia é que a gente possa incentivar cada vez mais, não só o retrofit, mas o greenbuilding de maneira geral. Que as construções sejam mais sustentáveis, que a gente consiga colocar isso em pauta. E mais uma vez falando da importância da sociedade né, da sociedade pautar. As empresas precisam ter mais responsabilidade social, ambiental, precisa ter mais transparência e uma série de outras agentes. Então hoje isso não é só sobre “ah responsabilidade para fazer o bem”, não. Isso também é sobre produtividade, sobre um novo modelo produtivo, econômico, e tem tudo a ver com a Economia Circular.
Júlia: Eu queria fazer só um complemento sobre isso, de construção verde, isso é uma preocupação da cidade… Eu até resgatei aqui rapidinho, que no plano de ação climática a gente prevê uma revisão do Código de Obras até 2025, que é um passo super importante para a gente começar a pensar construções cada vez mais verdes e eficientes, inteligentes, para a cidade.
Léa: Nesse sentido todo, a Malu até comentou que não basta a prefeitura chegar de cima pra baixo e botar um monte de regra nova e achar que vai dar certo a Economia Circular em São Paulo. Eu costumo dizer que a Economia Circular tem que ser um acordo de toda a sociedade, todo mundo tem que acordar com essa nova forma da gente ver as coisas, de enxergar um futuro.
E aí nesse sentido, eu queria entender quais são os principais ‘stakeholders’ que vocês estão trabalhando. A gente sabe que tem várias empresas, que tem startups, tem os próprios catadores, as cooperativas que trabalham com isso, tem as outras secretarias, do município, governo do estado, enfim… Vocês poderiam falar um pouquinho mais, como funciona, quem são esses parceiros, quem é a rede que vocês estão imaginando para esse projeto.
Lucas: Então, como eu falei o plano de engajamento estratégico ele foi feito, foi elaborado com base numa consulta com as próprias secretarias da cidade, o que elas tinham de planejamento, o que elas queriam, quais eram os objetivos delas para os próximos anos… Então foi com base nessa troca que a Ellen MacArthur construiu em conjunto com a cidade o plano de engajamento estratégico, que é o Sampa Circular.
Nesse esforço de co-construção a gente conseguiu a SMRI tá bem envolvida, a gente envolveu diversas secretarias. A gente tem a Secretaria de Governo, a gente tem a Secretaria de Direitos Humanos; Secretaria de Habitação; Secretaria do Verde do Meio Ambiente; Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo; Secretaria Municipal de Subprefeitura; Secretaria Municipal de Licenciamento Urbano. Então, assim, essa foi a rede que a gente construiu enquanto governo municipal, em conjunto com a Fundação .
E também nessas diversas frentes, outros parceiros vêm sendo engajados, muito principalmente pela atuação da Fundação de fazer essa rede meio de tripartite, no sentido de você ter organizações do terceiro setor, sociedade civil, você ter empresa privada e também o governo envolvido.
Malu: Nós estamos organizando um projeto chamado Virada ODS, ou seja, Virada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. É um evento anual, a ideia é que a gente realize até 2030 e até lá a gente vê se prorroga ou não, mas pelo menos durante essa gestão é garantido. Mas muito mais do que um evento, é um movimento que nós estamos liderando rumo a aquilo que eu costumo dizer, que a gente costuma conversar que é: a maior transformação histórica da humanidade nos nossos modelos produtivos, econômicos, sociais num período de tempo muito curto. Então isso nunca aconteceu na história da humanidade ainda, o tamanho da transformação que a gente quer nesse período de tempo super curto né.
E a gente enquanto Brasil temos muito ainda a avançar, infelizmente a gente tem hoje uma agenda no nosso governo federal, que ao invés de estar acelerando essa ação, está retrocedendo né. A gente vê um orçamento ínfimo, enfim, uma série de retrocessos que a gente não precisa nem comentar aqui, em toda a agenda de promoção de cidades de desenvolvimento sustentável.
Mas fora isso, São Paulo tem até um dever aí, uma responsabilidade, quanto maior cidade do país, de puxar essa transformação. Então essa virada, ela vem nesse sentido, de chamar todo mundo pra que a gente construa essa virada de chave, essa transformação 360º, rumo a 2030, rumo aos objetivos de 2030, juntos, sempre com essa percepção.
Então a virada ODS, ela tem de um lado o objetivo de também popularizar essa agenda (que segundo uma pesquisa feita pela então Comissão ODS Nacional, quando ela ainda existia) apenas 1% da nossa população conhecia essa agenda. É muito pouco.
Então São Paulo quer popularizar para que essa população esteja consciente e consiga se engajar e se envolver cada vez mais nessa agenda né, cobrando aí todos os stakeholders envolvidos nesse processo de transformação.
Mas de um outro lado, a gente também acredita que com esse movimento, a gente traga mais oportunidades internacionais para essa agenda, tanto num âmbito de políticas públicas, de trocas, de parcerias, quanto também no âmbito de negócios né. Essa virada ela tem uma programação super extensa, por toda cidade de São Paulo. A gente vai ter pólos dessa virada em todas as regiões administrativas, então desde Parelheiros até Jaçanã, cidade de Tiradentes, enfim, Rio Pequeno, todos esses pólos a gente quer levar através dos CEUs (os equipamentos que já são da prefeitura), atividades culturais, educacionais, hackathon, exposições de arte, exposição gastronômica, tudo com a pegada da sustentabilidade, enfim.
Fora o congresso internacional que a gente vai promover nesse sentido, então é realmente fazer a coisa virar, fazer chegar nas pessoas, trazer as pessoas para perto e liderar e puxar essa transformação no Brasil e também em toda América Latina.
Léa: E essa virada vai ser tipo a virada cultural que é um fim de semana, é isso, 48h?
Malu: Isso, exato! A gente escolheu o nome Virada ODS porque a Virada Cultural já é muito consolidada. Então quando você traz esse nome, automaticamente as pessoas “ah então vai ter uma programação no fim de semana”, é justamente isso.
E acho que a Virada Cultural é muito bem sucedida, Léa (e obrigada por trazer esse exemplo), porque ela conseguiu chegar nas pessoas. As pessoas se programam, elas vão, ela engaja. Não à toa a gente escolheu esse nome e escolhemos também uma programação que vire por toda cidade, que impacte, de um jeito ou de outro, as pessoas.
Então a gente quer trazer empresas, organizações da sociedade civil, enfim, institutos, todo mundo que quer de fato avançar nesse sentido, que já trabalha nessa agenda, para que a gente faça essa construção dessa grande virada juntos.
Léa: Que bom, agora sim, mudando um pouquinho de assunto, falando um pouco sobre os desafios aqui. A gente viu recentemente algumas cidades pelo mundo criando ‘roadmaps’ para Economia Circular, especialmente na Europa, Então tem Amsterdã, já está há um tempo trabalhando até com a economia Donut; Glasgow. Londres, que são cidades do hemisfério norte, digamos assim, de países com mais verba, com mais estrutura né.
E aí eu queria entender o que vocês veem como desafios. A gente que tá num cenário bastante diferente, até político (como você mencionou), mas também financeiro, econômico… O que vocês veem de desafios e como vocês veem também as oportunidades, porque a gente também parte né de uma população que acaba criando coisas muito interessantes né, que já tem soluções circulares.
Queria entender o que vocês veem como os grandes desafios, de trazer esse conceito que na verdade surgiu na Europa ou nos Estados Unidos né, mas como que, digamos assim, “tropicalizar” essas ideias aqui para o nosso contexto.
Júlia: Eu acho que um dos grandes desafios que a gente teve, em um primeiro momento quando surgiu tudo isso de Economia Circular, foi trazer isso pra realidade da prefeitura de São Paulo, que é uma prefeitura gigante, que tem muitos funcionários, muitos servidores, que trabalham com pautas muito diferentes, e que todas são muito importantes para construir essa agenda. Eu acho que a gente conseguiu avançar, nesses últimos 3 anos, bastante. A Economia Circular está super presente, em vários planos municipais que vêm sendo lançados, então o plano da agenda 2030, o plano de ação climática… Vai ser lançado no próximo ano o plano municipal de desenvolvimento econômico que leva muito em consideração a Economia Circular junto com a recuperação econômica (que enfim, pós-pandemia é uma realidade que todas as cidades estão tendo que enfrentar e se reinventar).
Então acho que o momento da pandemia ele impôs muitas dificuldades mas foi uma oportunidade para prefeitura como um todo conseguir olhar e pensar “ok, o jeito como as coisas estavam vindo até agora não funciona” e dar uma acelerada num movimento que já vinha acontecendo, muito pelas nossas parcerias internacionais, junto com o conhecimento dos servidores que têm se engajado cada vez mais nas pautas ambientais, de transformar mesmo a realidade da cidade para construir projetos e políticas públicas, municipais, de Economia Circular.
Léa: E como que vocês enxergam, assim, tudo bem que tem essa complexidade muito grande, a cidade é gigante, maior do que vários países, mas por outro lado a gente também é uma liderança aqui na América Latina né. Como vocês enxergam esse movimento? A gente vê também o Chile que tá bem avançado também nessa questão da Economia Circular, Colômbia… Como é que vocês veem essa liderança de São Paulo, tanto pro Brasil né (a Malu falou um pouquinho), mas também para América Latina. Eu acho que a gente como exemplo pros países em desenvolvimento, em especial da América Latina.
Júlia: Através das parcerias internacionais que a gente têm, eles propõem diálogos, eles falam “ó a gente pode conversar sobre isso aqui, tal cidade já está avançada nesse tema, a gente pode trazer isso aqui pra São Paulo”… E são diálogos e conversas que ajudam muito porque é isso né, a Economia Circular é uma ideia que surgiu muito na Europa e trazer ela pra nossa realidade é bem desafiador. Mas a gente conta com parceiros muito qualificados e super interessados em ajudar São Paulo e participar de todo esse processo, para a gente conseguir transformar um pouco mesmo esse conceito, para o que é possível dentro da prefeitura, dentro da cidade de São Paulo.
Malu: Talvez valha comentar, assim tem um desafio né: a gente tava fazendo essa comparação com as cidades européias, que é um desafio que é também uma prioridade (aqui da nossa Secretaria de Relações Internacionais), que é o enfrentamento, o combate, ao racismo estrutural. Então eu acho que…tanto é né que eu comentei a agenda ESD, o Social e o ambiental têm que andar de mãos dadas. E eu acredito que um dos principais pontos que a gente deve olhar é que, ao falar de Economia Circular, ao falar de mudanças no nosso modelo de desenvolvimento social e econômico para um modelo mais sustentável, a gente tem que falar que metade da população brasileira, tem ficado pra trás por conta do racismo estrutural, institucional. E isso é algo que nós também (e até você comentou) em relação a outras cidades da América Latina, é algo que nós temos como prioridade que é a construção desse farol, essa referência internacional de políticas de combate ao racismo.
Eu já fiz vários convites para Léa, vou fazer mais um: a nossa secretaria está organizando uma expo internacional para falar sobre o combate ao racismo estrutural, na semana do dia da Consciência Negra. É 20 de Novembro, vai ser um evento híbrido então vai ter parte presencial e parte online. Você que está em São Paulo eu convido porque vai ter uma exposição de arte maravilhosa, uma exposição cultural incrível e vale muito a pena ir.
Então, claro que tudo dentro dos protocolos de segurança. O espaço que vai sediar a expo será no Pavilhão do Anhembi, então é um espaço super amplo com controle de pessoas, de ingressos, para que a gente evite qualquer tipo de aglomeração.
Mas eu gostaria de destacar essa política porque eu acho que é algo, é uma agenda que nós estamos querendo liderar e levar para esse debate internacional de cidades também. E como é algo que se a gente não tiver olhando, não dá pra copiar e colar né (como acho que é um pouco da sua provocação né Léa, que é excelente). Não dá pra gente copiar e colar uma agenda que foi feita num outro contexto para cá, por mais que tenham uma série de problemas que são idênticos, mas não é 100%. E um ponto que, as nossas duas grandes prioridades hoje na Secretaria de Relações Internacionais, são essas: é a construção de São Paulo como uma capital verde, líder no desenvolvimento sustentável e líder no combate ao racismo.
Léa: Uma outra pergunta, a Malu já falou bastante em formas de divulgar, né você falou do hackathon, da virada, desse evento no dia da Consciência Negra, enfim. E quais seriam as outras formas que vocês têm pensado em divulgar e comunicar, na verdade, todo esse movimento, essa parceria com a Ellen MacArthur, esse plano estratégico… E como vocês estão inserindo a Educação, que é bastante do que a gente trabalha para a Economia Circular.
Malu: Eu vou falar da Virada, porque a gente tem um eixo voltado pra Educação e assim, a Economia Circular é um dos principais temas da virada, então pra onde é que a gente vai estar olhando né. Claro que são 17 ODSs, 17 objetivos, que de uma forma ou de outra acabam, enfim, atendendo a todas as necessidades, mas onde a gente quer focar?
A gente quer focar, como eu falei nessa agenda de combate ao racismo, de promoção de igualdade, de oportunidades. Mas de um outro lado também, a Economia Circular é um dos nossos grandes pilares, a gente quer colocar como tema principal de todo esse movimento. E dentro disso, tem uma ação de educação da Virada, que ela envolve o que a gente tem nomeado de Embaixadores ODS: a gente vai abrir um edital para selecionar lideranças, ativistas, de todas as idades e de todas as regiões de São Paulo, para mentorarem projetos de desenvolvimento sustentável, de Economia Circular, nas escolas da rede municipal.
A ideia é que eles acompanhem né, façam oficinas, e ajudem a escola a não só ter essa ação educativa de conscientização, mas também eles se engajem, tanto em ações dentro da escola ou dos portões para fora da comunidade.
Então é algo que a gente tá prevendo e também, aproveitando que eu já mencionei como o nosso projeto também do farol de combate ao racismo, tem uma outra ação de educação que a gente tá prevendo pra começar provavelmente no próximo ano. Que é de formação de professores. De formação dos nossos educadores, para que eles também tenham ferramentas para lidar com o racismo estrutural. Como que eles, enquanto esses multiplicadores de conhecimento, no papel de formar cidadãos, podem já ir trabalhando essa agenda. Como eu disse, nossa interpretação aqui na Secretaria é que ela está muito casada… as duas coisas precisam caminhar e serem desenvolvidas em conjunto.
Lucas: Bom, no âmbito do Sampa Circular, a gente quer exatamente criar um canal de comunicação constante, tanto com as organizações da sociedade civil, a população, as empresas, todo mundo, justamente para que essa questão da Economia Circular ela seja amplamente divulgada. Porque é necessário que essa ponte, ela seja construída, além dos esforços que estão sendo feitos aqui na prefeitura. Também é importante informar e trazer a população e todos os atores que estão presentes na cidade, para contribuir com a economia circular e participar desse movimento de transformar a cidade numa cidade realmente Circular.
Também na questão de educação, a Secretaria Municipal de Educação, ela faz parte, ela tá junto com a gente nesse plano do Sampa Circular. Atuando também com a questão da formação e também principalmente com como a Secretaria Municipal de Educação (que é uma secretaria imensa, gigantesca) tem uma rede muito grande, ela pode estimular a Economia Circular através de compras públicas. É assim, um dos nossos eixos de trabalho que é junto com a Secretaria Municipal de Educação, vai muito nesse sentido também.
E a questão claro da formação, como a Júlia bem falou né, os servidores da prefeitura estão nos últimos anos, vêm se engajando muito mais nas pautas ambientais e também no âmbito do Sampa Circular, a ideia é a gente conseguir engajar pessoas em Economia Circular. E mais do que só engajar né, formar pessoas em Economia Circular para que a gente consiga pulverizar esse conceito na prefeitura. Que ele pode ser aplicado de várias formas, ele não está restrito apenas à economia. A gente pode pensar de maneira circular, em diversas escalas, em diversas áreas, sobre diversas perspectivas.
Júlia: Eu queria só complementar, lembrando que a gente tem uma Universidade Aberta do Meio Ambiente, a UMAPAZ, que fica lá no Parque Ibirapuera. E a UMAPAZ é um vetor super importante dentro da prefeitura, de divulgação, para a sociedade civil das pautas que estão sendo discutidas, de capacitação também. Então, a UMAPAZ tem um trabalho já bem extenso com jovens, com escolas, enfim. Eles fazem bastante coisa buscando mesmo trazer o conhecimento mais técnico, para a gente conseguir difundir tudo isso que a gente tá conversando internamente na prefeitura.
Léa: Assim, só pra ter uma resposta direta. A gente tem muitas pessoas da nossa rede que são empreendedores né. Então, tem gente que já tem uma fábrica de bicicleta, que pensa na circularidade; tem gente que trabalha na área têxtil, com a moda; indústria de sapatos, enfim. A gente tem vários empreendedores nesses setores, de pequenos até, também, empreendedores de alta escala, que vêm trabalhando com a gente.
E a gente tem também muitos educadores, que justamente estão tentando, na verdade, se adequando à essa linguagem da Economia Circular para repassar também para o público deles.
O que vocês falariam para essas pessoas? Se elas falassem assim “eu quero fazer parte do Sampa Circular”. Qual é o primeiro passo que elas poderiam tomar, com relação ao que vocês falaram que estão montando uma plataforma, enfim. Elas têm que esperar alguma coisa, qual o caminho que elas podem tomar aí?
Malu: Bom, em relação à Virada, a gente gostaria de muito de contar com… enfim, terão inúmeras oportunidades para participar das rodadas de negócios, do hackaton; para compor a programação de palestras, de cursos, de workshops; para participar do programa Embaixadores ODS nas escolas, tanto como ativista que vai lá fazer as oficinas, quanto como o instituto que vai ajudar a gente a realizar isso; enfim, muitas muitas possibilidades, de curadoria de conteúdo, de patrocínio, de montar stand na exposição, enfim, por aí vai um longo leque de possibilidades. Já estender esse convite a todos vocês…
E também para que as pessoas consigam participar da expo, que vai ser a primeira expo internacional. para falar do combate ao racismo estrutural. Vai ser gigante, vai ser lá no Anhembi. Então, quem puder ir, presencial; quem não puder, acompanhar online.
Vai ser incrível e a gente precisa ter a população, enfim, tanto engajada quanto quem já tá olhando pra essa pauta também tem um papel muito importante de multiplicador, né.
Lucas: É, então, dentro do Sampa Circular, uma das ideias justamente para estabelecer essa interface com startups, pequenas empresas e novos negócios, é de também ser criado um banco de startups.
O que acontece? O plano de engajamento, ele começou esse ano a ser executado. Então a gente teve essa primeira fase de consulta da Ellen MacArthur, junto com as secretarias. E a partir do workshop que a gente teve recentemente, a gente tá na fase de desenvolvimento, para depois ir para a parte de demonstração. Então ele é dividido nessas fases assim, de encadeamento, e a gente tá fazendo toda essa construção em conjunto.
E ao longo, com esse workshop, a gente teve o ‘kick off’ né, o início do desenvolvimento desses trabalhos. Então foram sendo criados grupos de trabalho aqui internos dentro da secretaria, para a gente começar a discutir tudo isso e estruturar uma iniciativa que consiga agregar e juntar essas startups; justamente para aproximar novos negócios, da prefeitura, de grandes empresários, de conseguir fazer essa interface.
Então é uma das coisas, uma das ideias que a gente teve durante essa primeira fase de consulta com as secretarias e que a gente vai começar a desenvolver, implementar, nessa próxima etapa do plano.
E é interessante, eu queria pontuar, o plano né. O Sampa Circular, ele é para um plano de longa duração dentro da prefeitura. Que vai durar até 2023 com possibilidade de extensão por mais anos. Então, como você mesmo falou, são várias iniciativas, são várias frentes de trabalho e sempre tem espaço. Então acho que nos próximos meses é acompanhar as redes sociais né. Tanto aqui da SMRI, o que a gente vem divulgando, o que a gente vai divulgar cada vez mais né, o resultado desse trabalho… E também acompanhar a própria Fundação que sempre está divulgando oportunidades, para entrar em contato e tal.
Então acho que, nesse sentido, sobre como essas startups conseguem se engajar nesse movimento, seria mais isso.
Júlia: E a gente tem o Hub do Green Sampa, que fica em Pinheiros, aqui em São Paulo e esse hub ele é todo voltado para tecnologias verdes e startups. Então é uma indicação também, caso alguém da rede tenha interesse em procurar o apoio, que é a ideia é justamente fomentar esse tipo de iniciativa.
Léa: Legal, gente. Obrigada.
E agora assim, acho que só para finalizar… Acho que pensar agora no futuro que está chegando, de um cenário pós-pandemia, que com muita esperança vai chegar logo.
Como é que vocês enxergam a Economia Circular na recuperação econômica e no combate às mudanças climáticas, dentro de todas as mudanças né (espera-se que tenham mudanças grandes urbanas agora) e também das relações de trabalho, enfim. Como é que vocês enxergam a Economia Circular dentro desse contexto da gente sair de casa e voltar pra cidade. Queria saber um pouco qual é a visão da prefeitura ou de vocês nesse sentido.
Júlia: Eu acho que, bom, isso é uma preocupação da cidade desde que a pandemia se avizinhou e mudou todo jeito que a gente tinha né, de viver e se relacionar no passado. O prefeito Bruno Covas lá ainda em 2020, ele assinou um compromisso global de prefeitos, comprometendo a cidade de São Paulo a “build back better” então, não voltar para os mesmos padrões antigos de produção, de transporte (que é uma coisa super importante para São Paulo né), e de consumo também, claro.
A economia circular, ela entra muito nesse sentido né, de repensar como a cidade consegue se reestruturar, levando em consideração todo o cenário que a gente tá vivendo.
E aí eu acho que num âmbito mais institucional, assim, eu destacaria o Plano Municipal de Desenvolvimento Econômico, que está sendo elaborado agora pela prefeitura. Esse plano, ele tem como componente muito forte a recuperação da pandemia (que a gente também espera que chegue logo e possa voltar para uma vida mais “normal”) e a Economia Circular, que é uma pauta que tem ganhado muita força na prefeitura.
Esse plano ainda está em elaboração, eu não tenho uma data exata de quando ele vai ser lançado, mas são duas pautas que estão muito no radar da prefeitura.
Lucas: É, eu acho que institucionalmente é isso né, esse ano é um ano muito fundamental. Porque além de ser o primeiro ano da década, que a ano chama de “A Década da Ação” (que é 2021-2030), é um ano também no qual a Prefeitura de São Paulo lançou a Agenda 2030 Plano de Ação Climática e tem elaborado todos esses programas de planejamento estratégico, tanto pra próxima década como quanto pros próximos 4 anos né, para essa gestão. E a Economia Circular tem estado fortemente dentro desses planos, como meta, como uma linha importante de ação da prefeitura, isso num aspecto mais institucional. E assim, como a gente tem muito contato com essas agendas, a Economia Circular, ela é uma grande oportunidade de estimular a inovação, de estimular novas maneiras de pensar mais isso tudo né.
É claro, a gente tem mais uma questão de adaptar todo esse conceito para a realidade do Brasil, principalmente da cidade de São Paulo. Mas ela também apresenta uma grande oportunidade da gente conseguir pensar de uma maneira diferente e construir novas coisas, a partir de um momento trágico que a gente tá passando que é uma pandemia
Léa: E também de inclusão né, a gente não falou muito sobre isso mas, na minha visão, também é uma possibilidade grande de incluir vários atores e várias ações que hoje, a partir de novas oportunidades de trabalho, econômicas.
Bom gente, acho que é isso, vocês têm mais algum ponto que vocês querem trazer, alguma coisa?
Júlia: Não, eu queria mais agradecer pela oportunidade de nos ouvir e fazer essa conversa acontecer.
Lucas: Exato, é um agradecimento. E pedir pra acompanhar né, é muito bom a gente receber convite para divulgar um pouco do trabalho que a gente tá desenvolvendo aqui na Secretaria de RI e também contar um pouco do que a prefeitura de São Paulo vem fazendo nesses temas de inovação, tecnologia e sustentabilidade. E também agradecer o convite e a oportunidade.
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