Um relatório sobre economia circular da Circle Economy (grupo apoiado pela ONU) divulgado durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, alerta que apenas 9% da economia global é circular. Isso significa que se reutiliza menos de 10% das 92,8 bilhões de toneladas dos materiais usados em processos produtivos. O relatório mostra o potencial dos processos circulares de interferirem de maneira positiva nas mudanças climática.
A base desse potencial é a economia circular. De acordo com o relatório sobre economia circular, chamado “THE CIRCULARITY GAP REPORT 2019” é possível, por exemplo, reduzir emissões de gases do efeito estufa por meio do reuso, da remanufatura e da reciclagem em setores estratégicos, como o da construção. O documento também traz um alerta que mostra que os governos, em sua maioria, sequer analisam as práticas circulares em suas políticas públicas, mesmo aqueles que fazem parte do Acordo de Paris, como o Brasil.
Demanda por materiais só aumenta
Entretanto a demanda por materiais no mundo apenas aumenta. Dados da ONU mostram que a utilização global de materiais triplicou desde 1970. E os números podem dobrar novamente até 2050 se nada for feito.
Os principais usos de materiais em todo o mundo podem ser divididos em sete categorias: construção e infraestrutura, alimentação (produções agrícolas e de gado, por exemplo), mobilidade (construção de veículos e uso de carros, aviões, etc), consumo (nessa categoria está a indústria têxtil, dentre outros grupos industriais), serviços, saúde e comunicação (produção e uso de celulares seria um exemplo da categoria).
O relatório sobre economia circular afirma que quase a metade dos materiais que foram divididos nessas categorias – 42,4 bilhões de toneladas por ano – são utilizados na construção e manutenção de casas, rodovias e infraestrutura. O maior desafio, então, é adotar práticas de construção que minimizem o uso de matérias-primas e consequentes emissões.
O que o relatório sobre economia circular sugere a governos
O relatório sugere ainda que os governos do mundo todo assegurem que as estratégias de economia circular não só façam parte das políticas públicas, como também ajudem no impacto positivo para as mudanças climáticas.
Para isso, portanto, os governos devem: abolir incentivos financeiros que incentivem o uso excessivo de recursos naturais, tais como subsídios para exploração, extração e consumo de combustíveis; aumentar os impostos sobre emissões, extração excessiva de recursos e produção de resíduos, e implementar um imposto de carbono gradualmente crescente; reduzir os impostos sobre mão-de-obra, conhecimento e inovação, além de investir nessas áreas.
Para ler o relatório sobre economia circular completo (em inglês), clique aqui.