Plástico reciclável para sempre: rumo à economia circular

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peças de lego azuis ilustram ideia de plástico reciclável para sempre

Plástico reciclável para sempre é uma contribuição de pesquisadores para a transição rumo a uma economia circular. Químicos da Universidade do Colorado (CSU) nos Estados Unidos publicaram em abril na Revista Science uma descoberta que tem sido chamada de “novo plástico”: Um tipo de polímero que, ao contrário da maioria dos plásticos produzidos hoje em dia, pode ser convertido de volta ao seu estado original de molécula para reciclagem completa com baixas temperaturas, sem o uso de produtos químicos tóxicos.

Por meio desse processo, o novo plástico mantém sua qualidade inicial e pode ser usado indefinidas vezes. No momento, o plástico reciclável para sempre só foi produzido na universidade. Entretanto, a ideia do grupo é torná-lo acessível no futuro para uma escala industrial. O polímero foi descoberto no estudo comandado pelo químico Eugene Chene da CSU. O artigo publicado chama-se “A synthetic polymer system with repeatable chemical recyclability”. (“Um polímero sintético com reciclabilidade química repetível, em português livre)

E onde entra a economia circular nessa história de plástico reciclável para sempre?

Por ser um o plástico reciclável para sempre, ele potencialmente circularia no ciclo técnico e não entraria na biosfera. E, permitindo que o plástico mantenha a qualidade e propriedades originais mesmo após diversos ciclos de reciclagem, o processo é um ótimo exemplo de upcycle ou superciclagem na esfera industrial.

Mas é importante ressaltar um alerta da pesquisa da Universidade do Colorado. O novo polímero precisará ser projetado com o pensamento na recuperação do material para que se alcance o plástico reciclável para sempre. Os produtos criados a partir desse novo material precisam ser projetados intencionalmente para ele ser efetivamente recuperado e reciclado.

Sabe o que isso significa? Design circular! Sim, é pensando como é feito um produto desde seu desenho, que podemos alcançar resultados de reciclagem benéficos, criando condições ambientais e industriais acessíveis. O material é fundamental, mas a forma como os produtos são desenhados, fabricados, usados e recuperados também. Hoje, o “uso único” do plástico leva a um enorme aporte do material no planeta e sabe-se que esse material pode demorar centenas de anos para se degradar naturalmente.

A transição para uma economia circular é um dos nossos maiores desafios enquanto seres humanos. Materiais recicláveis infinitamente sem perda de qualidade serão muito úteis nessa jornada para que possamos habitar o planeta e produzir riqueza de maneira circular.

Por isso a descoberta dos pesquisadores da CSU merece ser divulgada, implementada e celebrada. Ela é uma ótima notícia, que nos deixa um passo mais próximos do futuro circular que queremos construir!

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