A economia circular quando aplicada à construção civil concebe o edifício como um banco de materiais que permanece disponível no longo prazo para uso, reuso ou adaptação para novas aplicações. Um edifício circular deve ser projetado, construído, operado, mantido e desmontado de maneira consistente com esses princípios, possibilitando redução na quantidade de materiais extraídos e descartados, bem como nas emissões de substâncias tóxicas para seres humanos e ecossistemas.
Os pisos elevados, se projetados e instalados já prevendo os próximos ciclos, podem se tornar elementos bastante alinhados com a ideia de edifícios circulares. A concepção do piso elevado para escritórios surgiu com a modernização das empresas, que passaram a incorporar soluções para transformar e otimizar sua forma de transmissão e armazenamento de informações. Desenvolvidos para abrigar os cabos elétricos, de telefonia e de informática, detectores de fumaça e até mesmo de ar-condicionado, esses pisos trazem benefícios para as empresas em termos visuais, de praticidade e comodidade.
Desde então, o mercado dos pisos elevados passou a oferecer diversos tipos em chapas metálicas e concreto, policarbonatos, aço, gesso e aglomerado.
Pensando nisso, a Remaster desenvolveu produto que alia inovação e sustentabilidade. Trata-se de um sistema integrado de piso elevado com a rede elétrica flexível e cabeamento de dados e voz, de modo a facilitar a montagem, as mudanças de layout e a desmontagem de escritórios corporativos.
As placas de piso elevado são produzidas com polipropileno (PP) reciclado proveniente de plástico descartado e são 100% recicláveis. Segundo a Remaster, o processo de fabricação retira das ruas mais de 8 toneladas por dia de material plástico, gerando cerca de 240 empregos diretos na cadeia da reciclagem, além de reduzir a demanda de matéria-prima virgem.
O produto possui alguns diferenciais técnicos, como leveza (cerca de 12kg por m2), fácil manuseio devido ao sistema de encaixe e intertrava que permite recortes e perfuração e é ideal para retrofit, pois preserva as características estruturais originais da construção.
Assim, o piso que antes era feito com placas de aço, agora possui fácil manuseio e operação, além de ter um ciclo de vida mais longo, pois representa a possibilidade de reaproveitamento. É possível construir e desconstruir infinitas vezes, reduzindo a demanda por matéria-prima virgem, e a pré-fabricação do piso elevado permite uma obra limpa, diminuindo a geração de resíduos no meio ambiente.
No primeiro semestre de 2017, a empresa entrou com um processo de certificação Cradle to Cradle®. Segundo Paulo Jubilut, sócio da empresa, a escolha pela certificação se deu principalmente pelo fato de que a revisão da certificação americana para edifícios verdes (greenbuildings) LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), gerida no Brasil pela GBC Brasil, passou a reconhecer produtos certificados C2C® nos ambientes construídos. A qualificação coloca a Remaster em uma posição de destaque no que se refere à sustentabilidade corporativa, que passa a ser um fator de decisão do projetista. A previsão é que a certificação se conclua até o final deste ano.
A partir da solução do piso elevado, a Remaster desenvolveu o sistema TecGarden®, um jardim autoirrigável com aproveitamento de água pluvial. Esta tecnologia permite que a água da chuva retorne por capilaridade, criando um lençol freático artificial, aproveitando essa água para irrigação, sem o uso de energia elétrica, bombas ou qualquer mecanismo automático ou manual. A solução, além de ser desmontável e utilizar matéria-prima reciclada e reciclável, aumenta a presença de vegetação em áreas urbanas construídas e contribui para a redução de poluentes em suspensão. A tecnologia já é adotada em prédios comerciais nas cidades de São Paulo e Porto Alegre.
Saiba mais: www.remaster.com.br
BAMB2020. Buildings as material banks: http://www.bamb2020.eu
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Autoria: Tainá Bimbatti