Muito do que é atualmente proposto para o design de produtos e gerenciamento de resíduos urbanos pode ser repensado à luz dos princípios C2C. Muitas vezes ideias bem-intencionadas se mostram soluções pouco efetivas para as cadeias em que se encontram inseridas, e podem acabar mesmo perpetuando ou agravando os problemas que se propõem a resolver.
A intenção da coluna ‘Isso não é’ não é a de denegrir arbitrariamente produtos ou processos, mas sim exercitar um novo olhar sobre o que vem sendo considerado como ‘sustentável’ ou ‘ecológico’, a partir do novo entendimento trazido pelos princípios C2C. Esse paradigma propõe a distinção entre medidas eficientes – medidas de redução, minimização e compensação, prevalentes nas estratégias de sustentabilidade atuais – e medidas efetivas, que visam não apenas minimizar os danos, mas também rever propósitos e otimizar ganhos em direção a um efeito positivo. Como propõem os autores, ser ‘menos mau’ não é o mesmo que ser bom.
O desafio é discernir entre abordagens eco-eficientes, que minimizam danos porém mantêm intacta a lógica linear de produção, e propostas efetivas para o estabelecimento de processos circulares em que o valor de produtos, componentes e materiais seja aproveitado ao máximo através de diversos ciclos de produção e uso ou consumo.
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