A austríaca gugler* foi pioneira em produzir produtos impressos 100% degradáveis e seguros. O processo convencional de reciclagem de papel só é capaz de aproveitar 60% em volume do material, visto que tintas de impressão e outros aditivos acabam gerando um resíduo tóxico que não pode ser reciclado. Todo ano são produzidas milhões de toneladas deste resíduo como um subproduto da reciclagem.
Além disso, o papel não pode ser reciclado indefinidamente, pois as fibras de celulose ficam mais curtas a cada processo, inviabilizando a qualidade do papel após 6 ou 7 ciclos de reciclagem. Deste modo, o papel não pode ser considerado exatamente como um nutriente técnico. As fibras seriam um excelente nutriente biológico desde que não tivessem contaminadas com aditivos que nunca foram projetados para retornar à biosfera.
Tendo em vista este desafio, a empresa gugler* dedicou 2 anos de pesquisa e desenvolvimento até em 2011 ser a primeira do mundo a ganhar o certificado Cradle to Cradle® para produtos impressos. A linha de produtos C2C da empresa, denominada PurePrint, com base em uma seleção rigorosa de componentes químicos seguros que abrange o papel, aditivos e tintas de impressão, oferece uma variedade de possibilidades de impressão off-set: folhetos, brochuras, cadernos, revistas, cartões, posters, etc. As tintas são à base de água e matérias-primas renováveis como ceras e resinas naturais, provenientes de plantações geridas de forma sustentável.
“É assim que a natureza imprimiria” – A imagem que ilustra o ciclo dos produtos C2C da empresa não poderia ser mais adequada: uma árvore (figura acima). Da mesma forma que a árvore utiliza recursos do solo para o seu desenvolvimento e devolve ao solo seus resíduos como nutrientes para o próprio solo, a produção de materiais impressos – que utiliza árvores como matéria-prima, também pode devolver nutrientes ao solo. De fato, existem três destinos possíveis para os produtos C2C da gugler*: podem ser reciclados (o papel é reciclado e as tintas viram adubo), diretamente compostados (tanto o papel como a tinta viram adubo) ou incinerados com produção de cinzas (que viram adubo). O que seria um problema ambiental torna-se então alimento para o solo.
Colaboração: Suzan Moreno