A empresa brasileira FibraResist enxergou uma nova oportunidade no resíduo de cana-de-açúcar para o desenvolvimento de um material biodegradável e inovador.
Com uma produção anual de cerca de 728 milhões de toneladas, o Brasil destaca-se como o maior produtor mundial de cana de açúcar. Além disso, foi pioneiro na produção de açúcar e etanol a partir da cana. Já existem no Brasil iniciativas que utilizam o resíduo da cana de açúcar como biocombustível para a geração de energia, no entanto, utilizar a palha da cana de açúcar como matéria prima é uma inovação conquistada pela FibraResist. A empresa é a primeira indústria do mundo a produzir a matéria-prima do papel a partir da palha de cana de açúcar, um dos resíduos da produção sucroalcooleira.
A planta industrial está localizada em Lençóis Paulista, no centro oeste do estado de São Paulo, com uma área total de 60 mil m². As primeiras pesquisas da extração da celulose da palha de cana começaram em 2009 e o processo produtivo em escala industrial teve início no primeiro semestre de 2017.
A indústria estabeleceu uma parceria com empresa especializada na colheita da palha, que credencia mão de obra qualificada para a retirada da matéria prima nas propriedades rurais, com especificações técnicas predeterminadas pela indústria para garantia da qualidade dos produtos.
O processo consiste na separação da celulose da palha de cana de açúcar a frio por meio de uma tecnologia pioneira de um agente químico biodispersante, que retira a lignina da palha da cana e mantém apenas as fibras de celulose que formarão a pasta celulósica. Esta pasta torna-se matéria prima para a fabricação de papéis de baixa gramatura (guardanapos, jornais e papel higiênico), papel kraft, cartolina, cartão e utilizada na composição de outros papéis.
A pasta celulósica produzida pela FibraResist possui uma coloração natural por não haver processo químico de clareamento, originando um papel mais escuro usado na produção de embalagens e produtos que necessitem de fibra virgem.
Autora: Tainá Bimbatti