Como a transição para uma economia circular pode contribuir com a resiliência dos nossos sistemas, em tempos de Covid-19 e destruição ambiental?
Logo no começo da pandemia, em abril de 2020, publicamos um texto, construído com a colaboração de alguns dos nossos leitores e leitoras, trazendo reflexões sobre o que essa suspensão do nosso cotidiano poderia sinalizar em termos de futuro.
Agora, este início de 2021 parece um bom momento para olhar para trás e avaliar os aprendizados do último ano… Para então olhar para a frente, nos equipando para os desafios e oportunidades que ainda estão por vir na busca por circularidade e resiliência.
Reconstruir melhor
Apesar de começarmos o ano ainda em distanciamento, e com um aumento preocupante de casos e mortes no Brasil e no mundo, a promessa cada vez mais próxima da vacina traz a possibilidade de imaginar uma “volta ao normal”.
Mas sabemos que o normal não é suficiente… Precisamos pensar em reconstruir melhor – build back better, como tem se proposto nos países de língua inglesa.
A pandemia impactou a vida de milhões de pessoas e trouxe uma das piores recessões econômicas do último século. Principalmente, ela expôs as injustiças e fragilidades dos nossos sistemas – incluindo o sistema econômico linear de extração e descarte desenfreado de recursos, que torna impossível a longo prazo sustentar a riqueza, diversidade e saúde ambiental e social.
Apesar – ou mesmo por causa – de todas as dificuldades, 2020 nos mostrou que é possível, e necessário, encontrar novas – e melhores – formas de fazer as coisas. É preciso questionar nossos processos para possibilitar a construção de sistemas mais justos, e com maior resiliência.
Covid-19 e Mudanças Climáticas
Porque mesmo que a superação da crise da COVID-19 já esteja no horizonte próximo, se a gente seguir pelo mesmo caminho, estamos suscetíveis a crises ainda piores… Seja por novas pandemias, pelo esgotamento de recursos ou pelos efeitos devastadores das mudanças climáticas, que devem se intensificar ainda mais nas próximas décadas.
A crise da COVID-19 expõe de forma aguda a vulnerabilidade e falta de resiliência dos nossos sistemas. E, como vêm observando pensadores como Eliane Brum, a pandemia expõe um efeito concentrado do que a crise climática está produzindo de forma muito mais lenta. Assim como na experiência que estamos passando, vamos chegar num ponto de inflexão com relação à transformação do clima e, por consequência, do planeta. E aqui, não haverá mais volta, nem vacina.
A pandemia é percebida de forma mais imediata e pessoal, enquanto as mudanças climáticas podem parecer mais impessoais, e com causas difusas. Mas as duas têm muitos paralelos, ligados à exploração linear e insustentável dos sistemas biológicos.
E os efeitos das mudanças climáticas já se fazem sentir de forma drástica, com efeitos irreversíveis para as populações humanas e animais de todo o planeta. Isso fica evidente, por exemplo, com o alerta do Serviço de Mudança Climática Copernicus, mantido pela União Europeia. O órgão registrou que, mesmo com atividades restringidas pela pandemia, novembro de 2020 foi o mês mais quente da história do mundo – superando alerta anterior, referente ao mês de setembro.
Destruição e desgoverno
No Brasil, 2020 foi um ano assustador para o meio ambiente.
No dia 22 de abril, em reunião presidencial que veio a público um mês depois, o atual ministro do Meio Ambiente qualificou a pandemia de Covid-19 como uma “oportunidade” para o governo alterar e afrouxar as leis de proteção e “passar reformas infralegais de desregulamentação“. Essa política de desmonte ambiental, somada às alterações climáticas, contribui para que o país tenha, em 2020, batido o recorde de queimadas nos diferentes biomas: Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado.
Os dados são preocupantes. A floresta amazônica teve sua área desmatada aumentada em 34% em 12 meses (de agosto de 2019 a julho de 2020) em comparação com o ano anterior, que já havia escalado em 50%. Enquanto isso no Cerrado, a área total desmatada foi de 4 mil km2, mais da metade do que foi desmatado na Amazônia (7,7 mil km2), e a Mata Atlântica registrou um aumento de 27% no desmatamento do bioma, após dois anos consecutivos de queda. E no Pantanal, o INPE registrou 10.153 focos no bioma durante os 6 primeiros meses de 2020, número que supera a soma dos seis anos anteriores e chega a 1.700% maior com relação à 2018.
Danos para a saúde ambiental e humana
Além dos danos irreversíveis à fauna e à flora de todos os biomas brasileiros e da contribuição para as mudanças climáticas, a saúde da população também foi exposta pelo alastramento das queimadas. Os que vivem próximos a essas regiões sofrem diretamente os seus impactos, e muitas vezes são expostos a níveis de poluição do ar acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), gerando um aumento da procura nos sistemas de saúde, dos quais muitos já têm condições precárias. As consequências dos incêndios foram tão acentuadas que, neste ano, também foram notadas em diversas cidades em estados vizinhos às queimadas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A fumaça e as partículas liberadas pelos incêndios foram levadas pelo vento, e as cidades amanheceram num dia de setembro com céu nublado e alaranjado, que anunciava os tempos atuais.
Queimando nosso filme
E mais: a percepção negativa da imagem brasileira em relação às questões socioambientais traz também um potencial não só reputacional mas no desenvolvimento de negócios, como afirma Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Em carta enviada aos representantes dos três poderes, assinada por 40 companhias dos setores industrial, agrícola e de serviços e organizações setoriais, empresários, liderados pelo CEBDS, afirmam que os riscos vão além de uma maior resistência e até fuga de investimentos externos, mas também aumentam boicotes silenciosos e suspeitas sobre a procedência de produtos brasileiros, dificultando a entrada em outros mercados.
“Essa percepção negativa tem um enorme potencial de prejuízo para o Brasil, não apenas do ponto de vista reputacional, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país”. (carta CEBDS)
Mas não se desespere!
É difícil, a gente sabe.
O desespero é uma reação bastante normal e esperada, para quem vê tanta riqueza sendo destruída em tão pouco tempo.
Mas justamente num momento como esse, a gente precisa cada vez mais reafirmar e exercer as nossas melhores intenções – como pessoas e parte da sociedade, e também como profissionais, a partir das nossas esferas de atuação.
É hora de projetar a imagem do futuro que queremos construir, para que isso possa nos guiar para fora da distopia que estamos vivendo.
Se o que temos em 2021 é um (des)governo federal que, sob sua obscuridade, não acredita em ciência, planeja corroer o que sobrou da nossa estrutura de proteção ambiental e social, e acelera o ritmo de um modelo linear de exploração e destruição…
A gente precisa responder afirmando o tamanho e a beleza do futuro próspero e circular que queremos construir.
Não adianta ficar um pouco menos ruim – precisa ser melhor.
A gente pode – e precisa – sonhar, desenhar e construir sistemas melhores. Poderíamos dizer sistemas sustentáveis, mas como a gente gosta de provocar, dá pra ir além da sustentabilidade. Dá pra imaginar sistemas mais mais justos, resilientes e regenerativos.
Assim, conseguimos reafirmar o tamanho e a profundidade da transformação que se faz necessária para podermos oferecer um futuro viável e saudável para as nossas crianças.
Tem que restaurar
Como o cientista Carlos Nobre diz: zerar o desmatamento é pouco, tem que restaurar a Amazônia.
Segundo ele, a restauração da Floresta Amazônica pode estabilizar o clima global e o regime de chuvas em toda a América do Sul. Além disso, ela nos ajudaria a evitar que desequilíbrios ecológicos no bioma produzam pandemias até mais graves do que a da Covid-19.
E essa restauração não é apenas desejável, mas possível. É uma estratégia inteligente para garantir nossa própria sobrevivência, já que traz benefícios ambientais e sociais indiscutíveis para todo o planeta, e não só para a fauna e flora local. E também – como confere a carta redigida por empresários ao governo – a restauração da floresta é boa para os negócios.
Como a gente já discutia neste texto de 2019 sobre os incêndios na Amazônia, o Brasil tem um grande potencial de negócios se explorarmos positivamente a floresta em pé.
Um texto publicado na revista Perspectives in Ecology and Conservation, e endossado por 407 cientistas brasileiros, de 79 instituições de pesquisa – apontou que os 270 milhões de hectares de vegetação nativa preservados em propriedades rurais – entre áreas desprotegidas e de Reserva Legal – rendem ao Brasil R$ 6 trilhões ao ano em serviços ecossistêmicos, como polinização, controle de pragas, segurança hídrica, produção de chuvas e qualidade do solo.
Os serviços oferecidos pelos sistemas naturais têm impacto na segurança alimentar, energética e hídrica, na produtividade da cadeia agrícola e servem de estoque e sumidouro para o carbono. Ou seja, são esses serviços que vão possibilitar a resiliência biológica, econômica e social do país e da região.
Economia Circular e visão de futuro
Para a gente, e para cada vez mais pessoas pelo mundo, a economia circular faz parte dessa nova forma de pensar o futuro e como a gente se relaciona uns com os outros e com o planeta. É a aposta de que é possível dissociar o bem-estar humano e o crescimento econômico do consumo destrutivo e desenfreado de novos recursos.
A economia circular traz uma visão positiva, em que a gente vai além de reduzir os efeitos negativos ou gerenciar os resíduos.
Em vez de apenas minimizar ou reciclar, a gente reinventa e redesenha os processos para acabar com o conceito de lixo (afinal, o lixo é um erro de design). E, mais do que preservar a natureza, a gente aprende com ela (afinal, na natureza não existe lixo).
E, aprendendo com a natureza, a gente aplica a circularidade dos sistemas naturais também nos nossos processos industriais. Para isso, passamos a desenhar os materiais como nutrientes que, com alguma inteligência e intencionalidade, podem ser infinitamente reencaminhados em ciclos técnicos ou biológicos.
Ou seja: mais do que reduzir ou corrigir os efeitos negativos do sistema linear, a economia circular é uma mudança sistêmica para gerar resiliência e prosperidade no longo prazo, criando novas oportunidades e benefícios sociais, econômicos e ambientais.
E, assim como a regeneração ou restauração dos biomas destruídos, ela não é uma utopia – pelo contrário, vem sendo cada vez mais estudada e aplicada pelo mundo afora – e também no Brasil.
Interesse crescente
Como pioneiras falando sobre economia circular por aqui, a gente tem a sorte de acompanhar o interesse crescente pelo assunto nos últimos anos. A pandemia não mudou isso. Pelo contrário: a procura recorde em 2020 pelos nossos cursos e aulas abertas, com milhares de inscritos de diversas áreas de atuação e cidades do país, demonstra que a economia circular fez muita gente despertar para a possibilidade de contribuir para uma transformação profunda nos nossos sistemas.
E essa é a mesma tendência que vem sendo observada por diversas agências internacionais em estudos e relatórios publicados no último ano sobre a relação entre economia circular e resiliência no mundo pós-Covid.
Mudança de prioridades
Entre eles, um estudo da Sitra analisa os efeitos de 2020 no movimento da economia circular. Ele menciona mudanças de comportamento geradas pela pandemia que, em muitos lugares do mundo, não aconteciam de forma tão rápida desde a Segunda Guerra Mundial. E elas podem ser relacionadas a uma mudança mais ampla de prioridades: saindo, por exemplo, do que desejamos, para o que realmente precisamos. E isso, segundo os especialistas entrevistados no estudo, pode ser um grande catalisador para a transformação sistêmica necessária rumo à circularidade.
Economia Circular e Resiliência
Para a Circle Economy, em meio às dificuldades sociais e econômicas causadas pela pandemia, há um consenso crescente de que a extensão dessas consequências foi exacerbada pelo modelo econômico linear atual. Mesmo com a introdução de soluções de curto prazo, continuar com este modelo significará que choques futuros continuarão a exceder nossa capacidade de recuperação. Cada vez mais vemos apelos para amplificar a resiliência dos nossos sistemas à medida que países, empresas e cidades procuram implementar pacotes de estímulo para ‘reconstruir melhor’.
A resiliência, definida aqui como a capacidade de um sistema de se recuperar de um choque, como uma crise econômica ou um desastre natural, pode estar associada à economia circular. O relatório Resiliência e Economia Circular: Oportunidades e Riscos analisa essa conexão, e sugere como as empresas e o governo podem facilitar a transição para a economia circular e gerar mais resiliência para os sistemas.
O relatório da Fundação Ellen MacArthur sobre a COVID-19 e oportunidades para políticas públicas aponta o mesmo caminho. A fundação apresenta dez oportunidades de investimento circular em cinco setores-chave: ambiente construído, mobilidade, embalagens plásticas, moda e alimentos.
Pesquisadores ligados ao Banco Mundial e ao Fórum Econômico Mundial também se manifestaram sobre como os princípios da economia circular podem apoiar a resposta à COVID-19 e gerar maior resiliência a crises futuras. Eles apontam similaridades da pandemia com a crise climática, a nossa limitação como sociedade com relação à capacidade dos sistemas, e apontam a economia circular como uma alternativa viável de modelo produtivo.
Resiliência para quem?
Economia Circular e inclusão social
Mas nem todos são elogios… Entre as publicações que acompanhamos em 2020, chamou a atenção um artigo crítico publicado por Raz Godelnik, da Parsons School of Design, com o forte título Hora da Decisão: Reimaginar ou Matar a Economia Circular. Segundo ele, o problema é que a economia circular, ainda que possa trazer benefícios humanos inerentes, não traz, em suas vertentes predominantes, a ideia de inclusão e justiça social como princípio explícito. Ele examina, mais especificamente, referências teóricas da Fundação Ellen MacArthur, que seriam mais focadas no crescimento econômico do que no bem-estar humano e social. E termina sugerindo que os proponentes da economia circular precisam, frente aos desafios evidenciados em 2020, reimaginar o movimento, buscando uma base holística e humana.
O chamado é relevante, e ressoa com o que temos proposto nos últimos anos, quando apontamos para a necessidade de tropicalizar a economia circular. A ideia é entender como ela pode se moldar à nossa realidade brasileira e latino-americana, e que pode representar uma gama de regiões emergentes, inseridas em contextos bastante diferentes dos países desenvolvidos.
Afinal, ainda que instituições e acadêmicos europeus tenham sido pioneiros em divulgar e explorar esse conceito junto a governos e empresas, a economia circular é um movimento que vem sendo construído de forma coletiva, por cada vez mais atores e setores da sociedade e regiões do planeta. É preciso também olhar para além dos materiais: para a circulação de recursos e oportunidades entre todas as pessoas de diferentes regiões ou condições humanas – como nosso convidado Bispo Catador enfatizou de forma contundente ao longo da nossa entrevista em dezembro passado .
Racismo estrutural
Realmente, o desafio da inclusão e justiça social se tornou ainda mais visível ao longo de 2020.
Vimos a acentuada desigualdade social e racial no Brasil – e no mundo – sendo ainda agravada pelo Covid-19. Além das comunidades indígenas, a população mais vulnerável economicamente, em sua maioria negra e periférica, foi a mais atingida pela pandemia. Boa parte dessa população se viu privada da possibilidade de ficar em casa pelo imperativo de seguir trabalhando para sobreviver. Ainda por cima, faltavam condições básicas de saneamento e distanciamento social para reduzir o contágio em seus bairros e residências.
Além disso, a resposta norteamericana ao assassinato de George Floyd por policiais brancos, em maio de 2020, trouxe uma maior visibilidade para o movimento negro brasileiro e sua denúncia de violências semelhantes que, no Brasil, passam impunes e naturalizadas. Esse foi o caso – entre inúmeros outros – do assassinato de Beto Freitas, um homem negro de 40 anos espancado até a morte por seguranças de um supermercado Carrefour em Porto Alegre, na véspera do feriado da Consciência Negra.
Mais do que nunca, torna-se necessário olhar para as injustiças sociais e o racismo sistêmico da sociedade brasileira, e entender que a construção de uma economia circular por aqui precisa abordar também essas questões de forma explícita.
Economia circular e racismo
Fica então a pergunta: o que a economia circular tem a ver com o racismo?
Muitos pensadores e ativistas – como, por exemplo, Rhiana Gunn-Wright, uma das arquitetas do Green New Deal norteamericano – têm trabalhado com o conceito de justiça climática, reconhecendo que as populações que mais sofrem com os efeitos das alterações no clima são justamente as economicamente mais vulneráveis – assim como vimos acontecer com a COVID-19.
Também no Brasil tem se chamado a atenção para os efeitos nefastos do racismo ambiental, defendendo a integração entre a pauta racial e ambiental (e não que uma seja usada para desvalidar a outra).
Essa é uma discussão extremamente relevante para quem trabalha pela transição para uma economia circular. Especialmente em um país tão desigual como o nosso!
A prosperidade, resiliência e bem-estar prometidas pela economia circular precisam ser para todxs – sob o risco de este se tornar apenas mais um movimento “para inglês ver”.
Aprendendo com quem melhor pode ensinar
Sobre isso, temos nos esforçado para aprender com quem melhor pode ensinar. Ou seja, com pensadores e lideranças do movimento negro e indígena no Brasil, que há décadas lutam contra essas injustiças. E apenas começam a ganhar o destaque merecido nas discussões nacionais.
Como Djamila Ribeiro, que com seu Pequeno Manual Antirracista chegou a ocupar o primeiro lugar entre os livros de não-ficção mais vendidos no Brasil. Ou o líder indígena Ailton Krenak, autor do também best-seller Ideias para Adiar o Fim do Mundo, que foi eleito pela União Brasileira dos Escritores para o prêmio de intelectual do ano de 2020, por seus textos e falas incrivelmente lúcidos, trazendo um novo e bem-vindo olhar para a relação entre os nossos problemas ambientais, sociais e culturais, a partir da perspectiva historicamente suprimida dos povos originários destas terras tupiniquins.
A gente acredita que é muito possível – e necessário! – que o movimento de economia circular no Brasil esteja conectado e atento a essas vozes. Afinal, um dos três princípios Cradle to Cradle que promovemos como base para o desenho de sistemas circulares é justamente a celebração da diversidade.
E isso significa não apenas celebrar a biodiversidade, como já sugerimos acima, para aumentar a resiliência e regeneração dos sistemas. Mas também entender que o multiculturalismo é uma das nossas maiores riquezas.
Assim, podemos ir além de aplicar in loco a teoria vinda da Europa, e trabalhar o enorme potencial de contribuição dos povos indígenas e de origem africana na construção desse futuro desejado. Porque justamente essas culturas, reprimidas tão violentamente ao longo da nossa história, trazem um olhar intrinsecamente circular e benéfico na relação com a terra e seus recursos.
Oportunidade
Temos então a oportunidade de canalizar toda a disrupção, privações e reflexões trazidas pela pandemia em 2020 e direcionar nossas energias não apenas em retomar o crescimento econômico ou a “vida normal”, mas em reconstruir melhor.
Para isso, precisamos ser capazes de imaginar, individual e coletivamente, uma vida que se sustente. Que atenda nossas necessidades – do corpo e da alma. Só assim podemos garantir resiliência, prosperidade, saúde e segurança para toda a sociedade, e para as gerações futuras.
E a gente acredita no potencial da economia circular – trabalhada a partir das realidades locais – para guiar essa reconstrução.
Começamos 2021 entusiasmadas e comprometidas em seguir trabalhando por isso, e apoiando quem também quer contribuir com essa transformação.
Se for o seu caso, convidamos você a acompanhar nossos artigos, entrevistas e estudos de caso. Ou ainda, se quiser se aprofundar mais, a participar das nossas aulas abertas e do nosso curso de aplicação.
E a gente também quer saber: Como você tem pensado ou sentido tudo isso? Como está começando 2021?
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