Se você comprasse um waffle belga no festival de comida que acontece essa semana em Ubud, Bali, você poderia comer a embalagem junto. Essa barraca de waffles é um dos locais onde está sendo testado uma embalagem feita de algas ao invés de plástico: nutritiva se ingerida, e biodegradável se descartada.
Como material, o bioplástico de alga tem algumas vantagens óbvias em relação ao plástico tradicional além do fato de não gerar resíduo. Enquanto crescem, as algas consomem CO2. Um espaço no oceano de aproximadamente um campo de futebol é suficiente para gerar 40 toneladas de alga em um ano, absorvendo 20.7 toneladas de gás carbônico no processo. Diferente de outras matérias-primas usadas para fabricar bioplástico – como milho, por exemplo – as algas não consomem em seu cultivo fertilizantes, água ou outros recursos. Criadores de algas na Indonésia atualmente produzem mais do que a demanda atual do mercado, e têm dificuldade de sustentar seus negócios.
A startup não divulga detalhes sobre o processo de produção, mas diz que a alga é tratada para ser um alimento seguro e convertida em embalagem sem o uso de produtos químicos. A alga é um alimento naturalmente rico em fibras e vitaminas. E também é Halal (comida cujo consumo é permitido pelo Corão), algo importante em um país onde a maioria da população é Muçulmana.
Como as embalagens também dissolvem em água quente, a startup tem em seus planos substituir os sachês de tempero que vêm em macarrões instantâneos. Ao invés de abrir o pacote, pode-se simplesmente despejar o sachê na água do lamen e mexer (a embalagem tem um sabor quase imperceptível, para não afetar o sabor do macarrão ao derreter). Outro uso semelhante da embalagem seria em pacotes de café expresso, bastante popular na Indonésia. A empresa também está produzindo embalagens para hambúrgueres e outros sanduíches.
Um desafio, segundo Christian, é que, apesar da enorme quantidade de plástico desperdiçado, os indonésios não reconhecem a necessidade de fazer algo a respeito. “A conscientização, conhecimento, e urgência em minimizar o uso de plástico ainda é muito baixa”, ele diz. “Isso faz com que o bioplástico pareça algo irrelevante e desnecessário”. O custo de produção da embalagem de alga ainda é mais alto do que o plástico comum, mas uma vez implementada uma cadeia de produção mais robusta, a previsão é de que os custos baixem.
No entanto, essa transição terá ajuda. A empresa é uma das seis vencedoras do Desafio de Design Circular da OpenIdeo, que ofereceu 1 milhão de dólares para soluções que focassem em diminuir a geração de resíduo plástico muito pequeno ou complexo para ser reciclado, como as de sachês de tempero, tampas para copos de café, e embalagens de sanduíches.
Em uma categoria focada em compras de supermercados, ganhou o aplicativo tcheco Miwa, que criou um sistema que entrega quantidades específicas de bens em embalagens reutilizáveis. A Algramo, do Chile, ganhou por seu sistema de distribuição de produtos em embalagens reutilizadas vendidas em lojas de conveniência locais. Na categoria de sachês plásticos, a Evoware ganhou junto com a Delta, empresa britânica que ajuda restaurantes a fazer molhos em pacotes comestíveis. Duas das empresas vencedoras focam em tampas de copos de café: A CupClub, que fornece um serviço de assinatura para copos reutilizáveis, e a TrioCup, que criou um copo dobrável estilo origami que não utiliza tampas. Os vencedores serão contemplados com um programa de aceleração de crescimento durante o ano de 2018.
Confira o vídeo (em inglês) publicado no canal da Evoware.